Apresentação


Contexto Ambiental:
O Arquipélago de Bolama Bijagós é constituído de 88 ilhas e ilhéus de origem deltáica, onde até a final da década de 80, uma vintena delas era habitada. É considerada ainda como o único arquipélago deltáico activo das costas africanas que sofre a influência das marés relativamente importantes, em consequência das quais, fornecem-se condições favoráveis para o desenvolvimento de vastas florestas do mangal, canais penetrantes que serpenteiam as ilhas, determinando a presença da diversidade biologia excepcional, e fazendo com que a zona entre para o grupo dos 15 mais importantes planícies de baixios do planeta. Por possuir essas condições favoráveis a vida biológica, o Arquipélago de Bolama-Bijagós, acolhe a maior concentração de aves migradoras aquáticas depois do Parque Nacional de Banc d’Arguin da Mauritânia. Contam-se cerca de 700 000 indivíduos provenientes da Europa do norte e do Árctico.
As praias de diferentes ilhas e ilhéus são frequentadas por indivíduos de diferentes espécies de tartarugas que procuram a linha da costa para depositarem ovos nos ninhos que constroem ao longo de todo ano. O arquipélago de Bolama-Biagós acolhe, enumeras espécies de cartilaginosos; 16 espécies de tubarões e 18 espécies de raias, entre as quais, aqui, se pode ainda, encontrar o ultimo espécimen de peixe-serra das águas da África Ocidental.

De uma forma geral, toda esta riqueza em diversidade biológica é fruto da presença em abundância de floresta do mangal e dos baixios existentes onde os recursos haliêuticos de grande valor comercial se podem encontrar refúgio e alimentação.
Contexto Socioeconomico:                

Há bem pouco tempo, os Bijagós viviam num mundo em que o indivíduo e seu meio ambiente, era uma unidade indissociável, onde a economia não passava, da agricultura e mariscagem. A agricultura bijagó baseia-se na rizicultura e na exploração de óleo de palma e do chabéu. Os clãs proprietários de ilhas reservadas para a prática da rizicultura, repartem os terrenos com os outros clãs e até, com clãs de ilhas não proprietárias que pretendem praticar a agricultura na ilha reserva, segundo o calendário estabelecido e o ritmo de sequeiro determinado. Estas ilhas dispõem, no geral, de estatuto de ilhas sagradas que os Bijagós de religião animista aqui veneram os seus espíritos ancestrais. Estas ilhas sagradas são utilizadas, para além de agricultura, para a realização de fanado (cerimónia de iniciação). Este tipo de estatuto conferido a algumas ilhas desabitadas, favorecem um desenvolvimento de riqueza em diversidade biológica extraordinária. Do mesmo modo, a gestão tradicional do território pertencente aos clãs e do tempo de pousio mostra-se particularmente eficaz nessa condição de insularidade do Arquipélago.

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