SOS - TENDAS EM JOÃO-VIEIRA E MEIO no PNMJVP
A delegação da tabanca de Menegue
chefiada pelo seu Régulo Banco André visitou a Casa do Ambiente e Cultura no Sábado,
dia 3 de Outubro de 2015, durante a qual tivemos uma reunião na sala do
Coordenador da casa.
Pela parte da Casa do Ambiente e
Cultura tomaram parte na reunião os senhores, Filipe Cardoso, Honório Fernandes
e Meio Dia Sepa Maria Ié Có. Estavam também presentes os guardas do Parque
Nacional Marinho de João Vieira e Poilão como observadores (ver a foto).
Assunto abordado na reunião realizada na CAC:
1.
Ponto único: Instalação de tendas em
João-Vieira, PNMJJVP por parte da senhora Solange Morin;
É de vosso conhecimento que, na
reunião realizada no dia 25 na Casa do Ambiente e Cultura com a delegação que
acompanhava o Diretor-geral do IBAP, o marinheiro afeto ao PNMJVP Santinho
Joaquim da Silva aflorou que tinha na sua posse as informações que apontavam
para existência de contactos entre a senhora Solange Morin e as comunidades de
Menegue e Inhoda que visavam negociar previamente a instalação de tendas em
João-Vieira e Meio. O Diretor do IBAP pronunciou no sentido de mandar
esclarecer esta situação junto dos chefes tradicionais das comunidades em
causa. Fizemo-lo assim que o Marinheiro Seco Bacar Cardoso chegou à Bubaque
vindo de Poilão, depois de ter terminado o seu período de 15 dias de seguimento
de tartarugas. O Seco foi informado por mim da situação e foi incumbido de
tentar esclarecer junto das autoridades tradicionais esta situação.
Como que não bastasse, no dia 1
de Outubro de 2015, O Régulo Banco André, veio de Canhabaque, acompanhado por
dois camabis, e fizeram-nos uma visita de cortesia na qual nos informaram de
que haviam reunido na tabanca e resolveram escrever uma carta e tencionavam
entrega-la ao Administrador. Esta carta segundo ele, visava apaziguar os
espíritos, porque não queriam jamais que acontecesse algo parecido entre a
comunidade e o IBAP na semelhança dos acontecimentos no pretérito ano e que
levou a feitura de madjidura. E
prometeram nos facultar a cópia da mesma, depois da minha insistência.
Outrossim, no dia 3 de Setembro o
Régulo regressou a carga com uma delegação alargada, e desta vez com a nossa
insistência abriram o jogo; informaram-nos que o assunto que os trouxe a
Bubaque estava relacionado com a instalação de tendas de campismo em
João-Vieira. Solange Morin queria que a comunidade de Manegue lhe autorizasse a
instalar tendas em João-Vieira por isso vieram pedir orientações neste sentido.
Desta vez decidiram voltar a
traz, talvez porque o Administrador do Setor de Bubaque, Mário Valentim lhes
teria aconselhado sobre esta questão em particular que competia única e
exclusivamente ao IBAP resolver. Acho eu de que; por isso, voltaram para falar
connosco, trazendo a cópia da carta que foi o resultado do memorandum do
entendimento assinado pelas partes que andavam a mediar o conflito passado que
levou a população tanto de Menegue como a de Inhoda e interditar o acesso as
ilhas de João-Vieira e Meio por intermedio de interposição de mandjidura. Coisa que contestamos
imediatamente, dizendo-lhes que aquilo não era carta da comunidade mas sim o
memorandum de entendimento para a resolução da crise passada. Pelo que, caso exista
carta da comunidade tem que ser outra, a feita pela própria comunidade.
Na sequência da reunião tivemos a
ocasião de lhes informar mais uma vez, repetindo que, nos parques, quem gere os
assuntos de exploração de recursos naturais e ecoturismo é o IBAP e não a
administração local. A administração em si, enquanto responsável setorial é
parceira do IBAP assim como a comunidade, na qualidade de dona consuetudinária
da ilha é a nossa parceira, até com mais relevo do que a administração local.
Quem pode e deve decidir da instalação ou não de qualquer infraestrutura nos
parques é o IBAP.
Para de seguida, em consequência de
conversas tidas na ocasião do encontro foram dados seguintes orientações:
1. O
IBAP, na sua qualidade de gestor dos parques e dado que já teve experiências
negativas que tiveram custos enormes a instituição, na sua tentativa de
relacionamento de parceria com a senhora Solange Morin não está interessado em
repetir a experiência do género;
2. Contudo,
já que o Régulo veio até a Casa do Ambiente e Cultura para falar do assunto,
foi-lhe recomendado que pedisse a interessada que se dirija, ela própria à CAC
para resolver os seus problemas e, evitar de transformar os elementos da
comunidade em escudos;
3. Que
peçam a senhora Solange que traduza as suas intenções em preto e branco, para
que possamos saber o que quer, como quer, quando quer, quais as vantagens para
o parque e para as comunidades;
4. E,
por outro lado, que esclareça junto da CAC a situação que passou quando
imperava a mandjidura, durante o qual
ela explorava o acampamento instalado em João-Vieira, no local inapropriado desrespeitando
os regulamento interno do parque;
5. Que
esclareça porque que não cumpriu com as promessas feitas à comunidade aquando
da negociação para a recuperação do acampamento Carangue que veio a transformar-se
por revelia da senhora Solange Morin em instalação de tendas no sul ilha;
6. Que
esclareça o porque de não recuperação do acampamento Carangue segundo o
acordado com o IBAP.
É bom salientar aqui que as
negociações estão a decorrer também com a comunidade de Inhoda. O Bico é o
representante negociador para a instalação de tendas em Meio. Segundo fomos
informados por Candido Manuel Banca que acompanhou a delegação de Menegue em
nome da senhora Solange, Bico negoceia a instalação de tendas no sul de
Canhabaque. Todavia porém, sabe-se de fontes seguras que a intenção é ter acesso
a Meio.
Comentários
Enviar um comentário